Confraria da dança leva espetáculo de dança para crianças à barretos

A Confraria da Dança convida a criançada de Barretos para uma brincadeira de inventar movimentos e palavras, ligar pontos e emaranhar fios. Todos juntos embarcam numa história sem pé nem cabeça, ou melhor: com pés e cabeças dançando pra todo lado. Uma idéia puxa a outra e a dança contamina coadores, bolas de meia, pedacinhos de papel, chaleiras e prateleiras. Cada uma das crianças da platéia imagina o que quiser, reinventa o universo com brinquedo e inventos para dançar.

A temática de “brinquedos e inventos para dançar” permeia o universo lúdico de possibilidades que nutre a descontinuidade criativa da lógica infantil.

O espetáculo desafia a criança a embarcar num jogo ágil de conexões, numa brincadeira de ligar pontos – ou de cortar todos os fios em miscelânea de colorido sem fim – para descobrir figuras, meias/histórias, não/personagens… Desde o início a platéia é levada a construir a dança em cena em cumplicidade com os bailarinos, desobrigando-se a todo o momento da convenção: “contar-uma-historinha-com-começo/meio/fim”.





A comunicação oral – a palavra em cena – é ingrediente presente na obra, acrescenta elementos e aproxima a criança da linguagem corporal, enriquece o diálogo bailarino/platéia. As brincadeiras com aliterações, associação de idéias, com os múltiplos sentidos que uma palavra ou frase pode ter, assim como a multiplicidade de palavras existentes e passíveis de serem inventadas para descrever ou reinventar algo, alguém ou alguma ação – embasam a composição de coreografia e cena. Este jogo de percepções entre as frases verbais e frases corporais impulsiona cada criança a desenvolver seu próprio percurso de conexões e explorar variáveis de conhecimento que ultrapassam seu trato cotidiano.

O corpo do bailarino em cena – transmutado a favor da fantasia de cada situação, amplia o campo de ação e dá vida a objetos corriqueiros no dia-a-dia da criança, alimentando o fluxo criativo da platéia. A dança percorre o universo do movimento em contraponto ao da palavra. As idéias apresentadas em cena sofrem interrupções, fragmentações, desvios de caminho, construindo paisagens poéticas, situações lúdicas e oníricas.





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