Santa Casa fecha prontos-socorros em Barretos após anunciar crise

Com uma dívida acumulada em R$ 54 milhões e sem dinheiro para pagar em dia médicos e fornecedores de medicamentos, a Santa Casa da cidade de Barretos suspendeu nesta segunda-feira (20) os atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em suas duas unidades 24 horas para adultos e crianças. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, apenas atendimentos de urgência e emergência foram mantidos.

A decisão havia sido comunicada na última sexta-feira (17) e só será revertida com um repasse de R$ 6 milhões requerido à Prefeitura de Barretos, ao Estado e à União, ainda não confirmado.

A assessoria do hospital informou que até as 16h30 desta segunda-feira as alas infantil e adulta atenderam 61 casos de urgência e emergência e que não houve tumulto. A previsão é de que as unidades, que juntas atendiam diariamente 460 pacientes de 19 cidades, continuem sem funcionar nesta terça-feira (21).

As outras áreas do hospital na cidade de Barretos, embora com risco de terem procedimentos prejudicados pela falta de medicamentos, continuam em atividade.

Ao anunciar a paralisação dos prontos-socorros na semana passada, a instituição orientou a população a procurar o Ambulatório de Especialidade (ARE I) no centro da cidade, conhecido como “postão”, com expediente até as 19h.





Prefeitura
A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que deslocou mais dois médicos – um clínico geral e um pediatra -, além de uma equipe de enfermeiros para atender provisoriamente até quarta-feira (22) no ARE I. Segundo a assessoria, o prefeito Guilherme Henrique Ávila (PSDB) disse que não dará R$ 6 milhões à Santa Casa sob a justificativa de que por mês já repassa R$ 2 milhões do governo federal à instituição.

Crise financeira
O hospital alega ter uma dívida de R$ 54 milhões devido a um déficit mensal que chega a R$ 500 mil. Diferença nas contas atribuída em parte à tabela SUS, que responde por 70% dos atendimentos prestados na unidade, e cujos repasses não são suficientes para manter as contas equilibradas, informou o superintendente da Santa Casa, Luís Carlos Diniz Buch.

Sem conseguir pagar em dia todos os cerca de mil funcionários, a Santa Casa adotou como alternativa priorizar os salários mais baixos para depois quitar as remunerações dos 165 médicos e os pagamentos com fornecedores de medicamentos. Em razão disso, há médicos que chegam a ficar dois meses sem receber, situação que provocou a suspensão das atividades do PS infantil e do PS adulto.

Além da verba emergencial de R$ 6 milhões, Buch espera refinanciar parte da dívida acumulada – R$ 23 milhões com bancos – a juros reduzidos e em prazo estendido de cinco para dez anos. O restante, em impostos devidos, pode ser anistiado pelo governo federal, segundo o superintendente.

Fonte: G1





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